Música popular na contramão das políticas sexuais hegemônicas: Brasil, década de 1970

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Adalberto Paranhos

Este artigo incursiona pelos caminhos da história da música popular brasileira na década de 1970, que assinalou a emergência, numa proporção jamais vista, de compositores/as, cantores/as e canções que tematizaram a problemática das mulheres, da sexualidade e da erotização das relações de gênero. Destacaram-se, então, outros enfoques, para além dos habituais, sobre questões que envolvem as relações afetivo-sexuais, a ponto de abarcarem também, num segundo plano, temas referentes ao universo gay e à androginia. Compreender o significado desse momento histórico, quando – em meio à ditadura militar e a um suposto “vazio cultural” – outras formas de ação e/ou de contestação política adquiriram força e expressão social, é um dos propósitos fundamentais do texto. Ele pretende evidenciar o alargamento da noção de política, em circunstâncias sob as quais ganhou espaço a concepção feminista de que “o pessoal é político” e de que as políticas do corpo eram igualmente uma maneira legítima de afirmação da presença no mundo de sujeitos sociais nem sempre valorizados politicamente. Para tanto, a produção no campo da música popular – desde as canções, suas interpretações, até as capas dos discos – fornece elementos que desaguarão na reflexão sobre os enlaces estabelecidos entre as áreas da cultura e da política.

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Biografía del autor/a

Adalberto Paranhos

Doutor em História pela PUC de São Paulo, com pós-doutorado em Música pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Professor do Instituto de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em História da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), Brasil Bolsista produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão de fomento vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil. Professor visitante da Universidade de Lisboa (Portugal). Editor de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte. Autor, entre outros livros, de Os desafinados: sambas e bambas no “Estado Novo” (São Paulo: CNPq/Fapemig/Intermeios: 2016) e de O roubo da fala: origens da ideologia do trabalhismo no Brasil (2. ed. São Paulo: Boitempo, 2007). Co-organizador de História e imagens: textos visuais e práticas de leituras (Campinas: Fapemig e Mercado de Letras, 2010). Ex-vice presidente e ex-presidente da IASPM-AL (seção latino-americana da International Association for the Study of Popular Music). Publicou artigos e capítulos de livros na Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Estados Unidos, Inglaterra e Portugal. Atuou como jornalista profissional e radialista no eixo Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro (Brasil).

Universidade Federal de Uberlândia, Brasil
akparanhos@uol.com.br

Cómo citar
Paranhos, A. (2019). Música popular na contramão das políticas sexuais hegemônicas: Brasil, década de 1970. Contrapulso - Revista Latinoamericana De Estudios En Música Popular, 1(1). https://doi.org/10.53689/cp.v1i1.4
Sección
Dossier: Música, género y sexualidad