“Uma coisa que tentamos fazer por nós”: festival e resistência feminina na cena underground brasileira
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Este artigo investiga a participação e resistência das mulheres na cena underground do rock no Brasil, focando no festival e coletiva Bruxaria, sediado em Brasília. O estudo discute a noção de espaços incomuns para mulheres no rock, um gênero historicamente dominado por homens cisgêneros e brancos. A partir de entrevistas com as membras da Bruxaria, o artigo explora as dinâmicas de gênero, interseccionalidade e ativismo feminista presentes na criação de espaços mais inclusivos e seguros. A pesquisa revela como o movimento, alinhado ao espírito D.I.Y., busca subverter as normas patriarcais e criar um ambiente onde mulheres não apenas participam, mas também lideram, moldando o cenário musical alternativo de forma autônoma. Além disso, através da associação com as iconografias mágicas e do ocultismo, a Bruxaria alinha-se com o movimento feminista contemporâneo que enxerga na figura da bruxa a representação do poder feminino e a conexão com a natureza, além de legitimar a identidade subcultural da coletiva. O trabalho oferece uma análise das estratégias que sustentam a resistência feminina no underground, tornando visíveis as interseções entre música, gênero e ativismo na América Latina pós-colonial.